Cientistas criam capa transparente que transforma janelas padrão em painel solar
Por Nathan Vieira • Editado por Melissa Cruz Cossetti | •

Pesquisadores da Universidade de Nanjing, na China, desenvolveram uma capa transparente capaz de transformar janelas comuns em painel solar sem comprometer a visibilidade. O material funciona como um concentrador solar difrativo incolor e unidirecional, responsável por redirecionar parte da luz para as bordas das janelas, onde células fotovoltaicas convertem os fótons em eletricidade. Enquanto isso, a maior parte da luminosidade ainda atravessa o vidro.
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Como o revestimento captura a energia
A tecnologia utiliza cristais líquidos que manipulam a polarização da luz. Com camadas sobrepostas, o revestimento consegue interagir com diferentes faixas do espectro luminoso. Apenas uma polarização específica é desviada para a geração de energia, garantindo que o ambiente continue iluminado de forma natural.
Nos testes iniciais, a eficiência chegou a 18,1% em condições reais de luz. Quando submetida a um feixe de laser verde (cor mais sensível ao olho humano) a captura foi ainda maior, alcançando 38,1%. Isso mostra o alto potencial da tecnologia quando aplicada em larga escala.
Vantagens e próximos passos
Um dos pontos fortes do revestimento é a transparência, permitindo a passagem de 64,2% da luz visível e preservando mais de 90% da fidelidade das cores. Ou seja, além de gerar energia, a janela continua clara e esteticamente agradável.
Atualmente, os cientistas já construíram um protótipo de 1 polegada capaz de alimentar um pequeno ventilador. A expectativa é que, quando aplicado em janelas de tamanho real, o ganho energético seja significativo, contribuindo para a redução de emissões de carbono e para a autossuficiência energética em construções urbanas.
Ainda há desafios, como aprimorar a estabilidade do material. Mesmo assim, o estudo publicado na revista PhotoniX indica que essa inovação pode se tornar uma solução escalável e revolucionária para integrar energia limpa à arquitetura moderna.
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Fonte: Science Alert